domingo, 24 de janeiro de 2010

1- O título do filme não foi escolhido ao acaso. Este é inspirado numa histórica bíblica, onde um povo construiu uma torre cujo cume deveria chegar ao céu, para que estes não fossem espalhados sobre toda a Terra. No entanto, Deus parou este projecto ao confundir a sua linguagem e espalhou o povo pelo mundo. Esta história é, assim, usada para explicar a existência de um vasto leque de línguas e de raças. O realizador inspirou-se nesta história para escolher o título do filme, pois este desenvolve-se em diferentes locais do globo com personagens que falam diferentes línguas, mas, apesar da distância geográfica, as narrativas acabam relacionadas.

2- As línguas presentes neste filme são: inglês, gestual, francês, espanhol, japonês, bérbere e árabe.

3- Se todas as personagens do filme falassem a mesma língua a história seria muito diferente e o próprio título perderia o sentido. O facto de várias personagens falaram línguas diferentes torna o filme muito apelativo e, consequentemente, bastante realista. Se no filme todos falassem a mesma língua, aquando da Susan ter sido alvejada, o homem na carrinha abordado pelo seu marido não o ignorava e o autocarro não voltava para trás. Porém, as diferenças linguísticas levaram o autocarro a deslocar-se para a aldeia mais próxima, onde o suposto médico era afinal um veterinário.

4- A comunicação social apresenta um papel fulcral neste filme, pois é esta que divulga a notícia do atentado contra a turista americana e a difunde como um acto de terrorismo. Sendo um acto de terrorismo, a notícia é divulgada por todo o mundo, chegando até ao Japão. Concluímos, assim, que a rápida difusão da notícia por parte da comunicação social acelerou, de certa forma, as autoridades (embaixada e governo) na ajuda à cidadã lesada.

5- A comunicação social permite a difusão de uma mensagem, a uma vasta e heterogénea audiência, espalhada por todo o mundo. Hoje em dia, os media são alvo de pressões, tornando-se imparciais, ou seja, estes ao saber da notícia da turista americana alvejada pressionam diferentes identidades para saber e mostrar como tudo aconteceu e o porquê. O facto de o incidente acontecer em Marrocos, levou-os a intitulá-lo de ataque terrorista. Aliás, aquando da saída de Susan do hospital, a notícia é divulgada em todo o mundo como um atentado terrorista contra uma cidadã americana, quando na verdade não se passou de um acidente.

6- O filme Babel possui uma função pedagógica Este, ao falar sobre diferentes pessoas e diferentes culturas, mostra-nos que apesar de todas as diferenças que possuímos existe algo que nos une. Sabemos que não há outro igual a nós, uma diferença que nos acaba por unir ao nos colocar no mundo dos “diferentes”, dos originais, onde as diferentes raças e línguas nos tornam especiais e únicos. O interessante é a grande lição que tiramos já no início do filme, em que achamos que não temos ligação nenhuma com o que acontece com as pessoas, mas só damos conta quando isso nos atinge. Essas ligações, como mostra no filme revela como realmente devemos pensar no outro e no colectivo, dentro do filme percebemos diálogos que são marcantes sobre nossas concepções das diferentes culturas, como no caso da mexicana que quando consegue ajuda para ela e as crianças é totalmente impedida de dizer qualquer coisa, pois por ser mexicana não pode observar as crianças, mas pode ser uma sequestradora, ou o caso da mãe das crianças sobre a divulgação e importância dada pelos media em dizer que uma americana foi baleada, enquanto várias pessoas morrem em outros lugares sem nenhum tipo de importância internacional. Factos que vemos acontecer simplesmente porquê alguns têm uma cultura “superior” que pode ou não lhe dar características como: “sequestradora” (mexicana), “assassino” (tiro acidental dado por um menino em Marrocos) ou "Ser rica, é feliz” (japonesa), estereótipos que muitas vezes colocamos só de olhar os outros.

7- A personagem por mim escolhida é a turista americana alvejada em Marrocos, que se chama Susan. Esta no inicio do filme mostra-se muito distante do marido, dizendo que a sua presença não a deixa relaxar e que nunca o irá perdoar. No entanto, o incidente que acontece une o casal. O marido faz de tudo para a ajudar, demonstrando o grande amor que sente por ela. Com o evoluir da história e com a demorada chegada do helicóptero, num momento a sós, o marido pede perdão a Susan, perdão por ter abandonado a família após a morte de um filho, mas justifica-se dizendo que estava muito assustado. Susan perdoa-o e perde-lhe para tomar conta das crianças e nunca mais as abandonar, especialmente o Mike. Assim, concluísse que o incidente uniu este casal, que num momento de desespero, juntou-se como nunca e salvou assim um casamento.
Turma NS1

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