domingo, 24 de janeiro de 2010

Estado Liberal e Estado Social
(Adaptado)
Desde suas primeiras formulações, no século 18, o liberalismo é uma filosofia ou um conjunto de filosofias que defendeu a existência de um Estado laico e não-intervencionista. Laico, porque não está vinculado a nenhuma crença religiosa, nem admite interferência de qualquer Igreja nos assuntos políticos. Em contrapartida, esse Estado também não deve interferir nas crenças pessoais, fazendo prevalecer o ideal de tolerância religiosa.
Já a concepção de um Estado não-intervencionista refere-se à economia e surgiu por oposição ao controle que as monarquias absolutistas exerciam sobre o comércio durante os séculos 16 e 17, cuja expressão era o monopólio estatal típico do mercantilismo ou capitalismo comercial. Era o que acontecia com o açúcar e o ouro, por exemplo, enquanto o Brasil era colónia de Portugal.
A livre iniciativa e o lucro
O Estado não deve interferir na economia ou intervir somente o mínimo inevitável, pois o liberalismo defende a propriedade privada e constata que o funcionamento da economia se dá a partir do princípio do lucro e da livre iniciativa, o que desenvolveria o espírito empreendedor e competitivo.
As propostas liberais provocaram - juntamente com as Revoluções políticas que delas se originaram - uma separação entre negócios públicos e privados, ou seja, entre os assuntos do Estado (que deve se ocupar com a política, isto é, com as questões da esfera pública) e os da sociedade civil (que deve se ocupar das actividades particulares, principalmente as económicas).
Simultaneamente, o liberalismo advoga a criação de instituições para dar voz activa aos cidadãos nas decisões políticas. É a partir disso que ocorre o fortalecimento do Parlamento, órgão de representação por excelência das forças actuantes da sociedade e capaz de coibir os excessos do poder central. A expressão "parlamento" se origina do francês "parler", que significa falar. Designa, portanto, o local onde ocorrem conversações, discussões e deliberações.
Executivo, Legislativo e Judiciário
A concepção de uma origem parlamentar do poder significa a superação de teorias que remontam à Antigüidade, segundo a qual o poder vem de Deus ou da tradição familiar (nobreza). Ao contrário, o voto dado a um parlamentar representa o livre consentimento do cidadão à sua actuação política, isto é, o mandato popular. É o que ocorre hoje nas democracias representativas, como a brasileira, em que deputados e senadores são (ou ao menos deveriam ser) representantes do povo.
Completa o quadro de princípios básicos do liberalismo, no âmbito político, a tripartição do poder em três instâncias autónomas e equilibradas: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, conforme postulado pela primeira vez pelo escritor e filósofo francês Montesquieu. Cada uma delas tem suas atribuições específicas e - acima delas - estão as leis, das quais a maior é a Constituição de um país.
A consciência liberal é, portanto, marcada pela valorização do princípio da legalidade: ninguém - nem o governante - pode se colocar acima da lei. Com as revoluções liberais na Inglaterra e na França, produziram-se, respectivamente, a Declaração de Direitos ("Bill of Rights", 1689) e a Declaração do direitos do homem e dos cidadãos (1793), que consignavam as conquistas dessas mesmas revoluções e proclamaram a igualdade de todos os homens perante a lei.
Além disso, essas declarações estabelecem a garantia das liberdades individuais de pensamento, crença, expressão, reunião e acção, desde que não sejam prejudicados os direitos de outros cidadãos. Deriva daí a concepção tradicional de liberdade, segundo a qual "a liberdade de cada um vai até onde o permite a liberdade do outro".
Adam Smith
Trata-se de um fundamento de cunho individualista, o que é típico do pensamento liberal. No plano econômico, isso significa que a lógica do mercado é a seguinte: se cada um desenvolver bem o seu trabalho, haverá natural selecção dos melhores, que formarão as elites de cuja capacidade empreendedora resultará benefícios para o todo social. Era o que apregoava o economista escocês Adam Smith, em sua obra principal, "Uma Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações".
Pode-se questionar ou criticar esse fundamento, mas, na prática, sua capacidade de produzir riqueza tem sido patente. O problema reside mais na questão da distribuição dessa riqueza. Além disso, à medida que esses conceitos liberais foram sendo absorvidos pelas instituições dos diversos países, na Europa e nos Estados Unidos, deu-se um passo significativo em direcção à democracia, tal qual é praticada, em maior ou menor grau, no mundo contemporâneo.
Vale lembrar que dos ideais do liberalismo também se originou o conceito de cidadania que, em seus primórdios, no século 18, referia-se apenas a direitos civis: à liberdade e à segurança individual, direito de ir e vir, liberdade de crença e opinião, seu lugar institucional eram os tribunais e sua vigência dependia da aplicação progressivamente imparcial da lei.
Durante o século 19, o conjunto se avoluma com a inclusão dos direitos políticos: votar e ser votado, filiar-se a partidos políticos, organizar-se em sindicatos. Já no século 20, passam a integrar a cidadania também uma extensa variedade de direitos sociais, como a garantia de um piso salarial, condições de trabalho, seguro, assistência médica, previdência, etc.
Do iluminismo ao socialismo
Há uma via de mão dupla entre as ideias políticas e a realidade prática, de tal maneira que as ideias interferem no mundo real, transformando-o, assim como o mundo real, transformado, torna necessário que as ideias sejam permanentemente reelaboradas. Nesse sentido, as ideias liberais sofreram transformações com o passar do tempo, adaptando-se às novas realidades sociais.
O liberalismo surgiu com o desenvolvimento do mercantilismo e se aprofundou após o advento da Revolução Industrial, no século 18. Com a implantação do sistema fabril e o aumento da produção, as relações humanas se tornaram cada vez mais complexas. As cidades cresceram, desenvolveram-se as ferrovias e o navio a vapor. As máquinas intensificaram o optimismo baseado na crença do progresso e na omnipotência da tecnologia.
Os avanços tecnológicos, porém, não corresponderam a uma evolução nas relações sociais, tornando-as mais justas, ou diminuindo a distância entre o topo da pirâmide social e sua base. Na Europa do século 19, o contraste entre riqueza e pobreza era cruel, como ocorre hoje em dia nos países em desenvolvimento. Em contrapartida, a classe operária começou a se unir para reivindicar os seus direitos num processo que culminará com o desenvolvimento do socialismo
O socialismo considera que o individualismo liberal resulta na defesa de uma classe social em particular: a burguesia. De qualquer modo, para enfrentar os problemas trazidos pelos novos tempos, a teoria liberal se adaptou às novas exigências da realidade. O liberalismo tornava-se cada vez mais democrático, acentuando a necessidade de igualdade jurídica e política, bem como uma solução para as precárias condições de vida das massas oprimidas. Um dos representantes dessa tendência, o inglês John Stuart Mill, sugere co-participação dos trabalhadores na gestão e nos resultados da indústria.
O Estado do bem-estar social
Gradualmente, o liberalismo começou a admitir a tendência intervencionista do Estado, para solucionar os problemas sociais do trabalhador, como férias, saúde, aposentadoria, desemprego, etc. Diante das crises - económica, política, social - que atingiram o mundo da primeira metade do século 20, os Estados Unidos e a Inglaterra, - cujo sistema político-económico se insere no modelo mais característico do liberalismo - promoveram ajustes rigorosos na economia, desenvolvendo o que se chamou de wellfare state ou estado do bem-estar social.
Nos Estados Unidos, por exemplo, para enfrentar a depressão económica subsequente à quebra da bolsa de valores de Nova York (1929), o presidente Franklin D. Roosevelt implantou um programa conhecido como New Deal, que fez o Estado se tomar o principal agente do reactivamento econômico do país. A construção de grandes obras públicas ajudou a aumentar a taxa de emprego e foram concedidos créditos para as empresas, além de serem adoptadas inúmeras medidas assistenciais de atendimento aos trabalhadores.
Entretanto, a intervenção estatal não se perpetuou, nem o Estado pretendeu se sobrepor às empresas privadas, tornando-se o único agente econômico. De qualquer modo, no fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos tinham se tornado a nação mais rica do mundo, bem como a mais avançada em termos tecnológicos.
Globalização e neoliberalismo
A partir da década de 1960, o estado do bem-estar social começou a dar sinais de desgaste, em especial porque as despesas governamentais acabaram por superar a arrecadação ou receita, provocando um aumento insustentável do déficit público, da inflação e da instabilidade social.
Na década de 1980, os governos de Ronald Reagan, nos EUA, e de Margareth Thatcher, na Inglaterra, se caracterizaram por diminuir a intervenção do Estado na área social. A essa retomada das ideias liberais clássicas, de um estado mínimo e não intervencionista, chamou-se Neoliberalismo. Seu receituário não se restringiu aos países do hemisfério norte, numa época como a nossa, em que a economia é cada vez mais global.
No Brasil - onde o Estado se tornara um poderoso agente econômico entre a Era Vargas e a ditadura militar - as ideias liberais entraram na ordem do dia dos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso, com a diminuição do Estado, a partir da privatização das estatais, da venda das empresas públicas que, apesar de pertencerem ao governo, nada têm a ver com as funções do governo, como bancos e companhias telefónicas.
Não vem ao caso avaliar aqui os resultados dessa orientação "neoliberal" à política brasileira contemporânea, nem à economia - que se mantém fiel a ela, apesar do governo de Luís Inácio Lula da Silva, cujo partido sempre se proclamou simpático ao socialismo. O importante é ressaltar como a influência das ideias liberais se estendem, historicamente, desde o século 18 até os dias de hoje. A história da humanidade é ao mesmo tempo feita de transformações e permanências.
Antonio Carlos Olivieri http://educacao.uol.com.br/historia/ult1704u41.jhtm
Proposta de actividade:
1. Identifique no texto, os diferentes modelos político-económicos apresentados.

2. Explique o que entende por Estado de Bem-Estar Social ou Estado Proteccionista e Estado Liberal/Neoliberal.

3. Apresente propostas para manter em termos económicos o Estado de Bem-Estar Social num futuro a médio/longo prazo.

4. Mostre qual deve ser o a função dos impostos no orçamento de um Estado democrático.

5. Descubra como eram cobrados e os impostos na Grécia Antiga e no Império Romano e apresente as suas conclusões ao grupo-turma.

Biblioteca Lúcio Craveiro



Visita de estudo e aula aberta na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva

No dia 14 de Janeiro do corrente ano, as turmas do curso “EFA” (Educação e Formação de Adultos) da Escola Secundária de Vila Verde, realizaram uma visita de estudo e assistiram a uma aula aberta sobre Bibliotecas e novas tecnologias, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva em Braga. Sou formanda numa das turmas e acompanhei a visita e a aula aberta.
A visita teve início às vinte horas e trinta minutos. Ao chegar junto da biblioteca formandos e formadores dividiram-se em dois grupos para facilitar a visita guiada às instalações desta instituição. O meu grupo iniciou a visita tendo nos sido explicado a natureza, funcionamento e utilidade da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. Fiquei a saber que se trata de uma Biblioteca Pública e que abriu oficialmente as suas portas ao público no dia 21 de Dezembro de 2004. Nasceu da união de vontades da Universidade do Minho e da Câmara Municipal de Braga. Em 1990 estas duas instituições públicas manifestaram o interesse junto do Ministério da Cultura, para a integração de Braga no projecto Bibliopólis.
Este espaço foi concebido para acolher simultaneamente 600 utentes de perfis diversos e em diferentes actividades; dispõe de três salas de leitura para adultos com capacidade de 200 lugares, numa das quais se disponibilizam cabinas de leitura individual. Uma sala de leitura infanto-juvenil com 65 lugares e ainda um espaço autónomo especialmente destinado a actividades de animação infantil com 30 lugares. Possui uma sala, "a hora do conto" que complementa o espaço destinado ao público mais jovem.
Para a audição de um disco ou o visionamento de um filme, estão disponíveis, para os seus visitantes, amplos e cómodos espaços. Estes espaços foram criados e equipados com a mais moderna tecnologia e com capacidade para 30 utentes em utilização simultânea.
Nesta biblioteca poderão ser consultadas as obras publicadas em Portugal desde 1975, parte significativa em regime de livre acesso às estantes, num total de cerca de 250.000 obras. Estão também disponíveis 1.500 CDs e DVDs.
Ao dispor do utente existem ainda, 60 computadores com acesso às mais variadas fontes de informação disponíveis na Internet. Sendo este um espaço equipado com rede sem fios, o utente poderá fazer-se acompanhar do seu computador pessoal e navegar livremente na rede Internet.
A segunda parte desta actividade foi dedicada à participação na aula aberta denominada Bibliotecas e Novas Tecnologias. Esta foi dirigida pela Dr.ª Ana Margarida Dias (Escola Secundária de Vila Verde), pelo Dr. Jorge Brandão (Escola Secundária de Amares), pela Dr.ª Margarida Abranches (Escola Secundária D. Maria II) e pela Dr.ª Aida Alves (Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva). A palestra consistiu numa explicação diversificada sobre a evolução da informação até aos dias de hoje e sobre modos de obter, seleccionar/filtrar e tratar a informação obtida. Foram também referidas as formas de pesquisa através da Internet e como fazê-lo. A aula aberta foi, claramente, uma sessão esclarecedora, tendo sido de muita utilidade para a compreensão de conceitos como os de “informação", “novas tecnologias”, Bibliotecas e os seus novos desafios.
Foi a primeira visita que fiz a esta biblioteca e constatei o quanto pode ser útil um local desta dimensão e com as características que este possui. Além de ser um local propício para o estudo, recolha de informação e de trabalho intensivo, é também, um local de refúgio, onde podemos saborear um café seguido por uma óptima conversa. Ao mesmo tempo que é também um espaço que nos “convida” à leitura de um livro, de um jornal ou de uma revista.
Penso que após terminar um longo e cansativo dia de trabalho, nada nos fará melhor do que uma visita a um local aprazível e cultural como este.

Deolinda Alves (formanda da turma NS3)
DISCUSSÕES ACERCA DO AQUECIMENTO GLOBAL: UMA PROPOSTA PARA ABORDAR ESSE TEMA CONTROVERSO (adaptado)
Kátia Regina Cunha Flôr Vieira e Walter Antonio Bazzo

Nos últimos tempos, à semelhança do que acontece em outros países em diferentes pontos do nosso planeta, os cidadãos brasileiros passaram a prestar mais atenção ao aquecimento global, um fenómeno climático que vem se intensificando cada vez mais. Quase que diariamente, os meios de comunicação vêm explorando essa temática através de notícias, algumas vezes sensacionalistas, que têm provocado algumas reacções na população, principalmente medo e incerteza com relação ao futuro do planeta.
Segundo Monteiro, para a maioria das pessoas, a realidade da ciência é o que elas vêem nos meios de comunicação. No caso do aquecimento global, grande parte das informações que chegam aos alunos por diferentes meios, acaba passando a imagem de um fenómeno catastrofista e indiscutível sobre o qual se supõe que haja um consenso científico. No entanto, conforme aponta Figueiredo, esse assunto está longe de não ser controverso.
2. Breves considerações sobre o aquecimento global e suas controvérsias
O aquecimento global é um dos assuntos mais divulgados nos diferentes meios de comunicação actualmente e grande parte das informações que chegam aos alunos por meio da média, acaba passando a imagem de um fenómeno catastrofista e indiscutível. Na verdade, conforme nos indica Figueiredo, esta questão tem gerado polémicas e discussões e ainda há muito que ser esclarecido e analisado.
Mudanças climáticas estão a ocorrer em nosso planeta e esse é um fato sobre o qual não há discussão. Evidências indicam que a temperatura da Terra realmente está aumentando. Porém, essa questão suscita diferentes propostas de abordagem e solução (Figueiredo, 2006). As controvérsias sobre as possíveis causas e efeitos do fenómeno conhecido como aquecimento global ainda são pouco divulgadas, mas não podem ser ignoradas e precisam chegar à sala de aula. Afinal esse é um tema actual e polémico e que diz respeito ao nosso futuro enquanto cidadãos.
O aquecimento global pode ser definido como o aumento da temperatura média do nosso planeta. A principal evidência desse fenómeno vem das medidas de temperatura de estações meteorológicas em todo o globo terrestre desde 1860. Durante o século XX os maiores aumentos foram em dois períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000.
Outras evidências do aquecimento global são obtidas através da observação das variações da cobertura de neve das montanhas e de áreas geladas, do aumento do nível global dos mares, do aumento das precipitações, da cobertura de nuvens e outros eventos relacionados ao clima.
As previsões sobre a intensidade do aquecimento global bem como sobre suas causas e consequências, envolvem questões complexas sobre as quais a própria comunidade científica ainda não chegou a um consenso. Segundo Epstein, essa complexidade envolve questões de ordem científica (causas e possíveis consequências das mudanças climáticas), económica (custos dos prejuízos e custos da prevenção dessas mudanças) políticas (pressões de lobbies interessados e consequências eleitorais das medidas económicas propostas), éticas (deve a geração actual pagar a conta do aquecimento global para evitar suas consequências desastrosas para as gerações futuras?).
Para analisar a problemática do aquecimento global, várias conferências internacionais já aconteceram e outros eventos continuam sendo programados. Como exemplos podemos mencionar o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), encontro realizado a cada cinco anos para analisar e discutir a elevação da temperatura do nosso planeta e o Protocolo de Quioto, acordo entre governantes de vários países com o objectivo de reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, especialmente o CO2, proposto em 1997 e ratificado em 2005.
Grande parte da comunidade científica defende que uma proporção significativa do aquecimento global observado é causada pela emissão de gases causadores do efeito estufa emitidos pela actividade humana. Essa conclusão depende da exactidão dos modelos climáticos usados e da estimativa correcta dos factores externos. Os críticos dizem que há falhas nos modelos e que factores externos não levados em consideração poderiam alterar as conclusões acima. Assim, as controvérsias sobre as causas do aquecimento global podem ser resumidas em duas hipóteses:

Hipótese 1 - O aquecimento global é real e causado pela actividade humana.
(queima de combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás, queima das florestas tropicais, etc.). Por isso, os governos devem tomar medidas urgentes para salvar o mundo da catástrofe.

Predomina no meio científico a ideia de que o aquecimento global se deve em grande parte a factores antropogénicos, ou seja, factores relacionados à influência humana na exacerbação do efeito estufa. Essa exacerbação pode ser explicada da seguinte forma: a Terra recebe radiação emitida pelo Sol e devolve grande parte dela para o espaço através de radiação de calor. Os poluentes atmosféricos estão retendo uma parte dessa radiação que seria reflectida para o espaço, em condições normais. Essa parte retida causa um importante aumento do aquecimento global. Nos últimos tempos, grandes quantidades de gases responsáveis pelo efeito estufa têm sido emitidas para a atmosfera. A maior parte desses gases é produzida pela queima de combustíveis fósseis. Actualmente, tem-se discutido que o aquecimento global do planeta pode estar sendo causado por um aumento dos gases chamados "de estufa", principalmente o CO2, que bloqueiam a irradiação do calor de volta, da Terra, para o espaço. Não podemos esquecer que o efeito estufa é um fenómeno natural, essencial à vida no nosso planeta. O que tem sido discutido é sua exacerbação.

Hipótese 2 - O aquecimento global é real, mas não se tem certeza sobre as suas causas. Pode se tratar de actividade solar e parte de um ciclo de aquecimento e esfriamento das temperaturas na Terra. Nesse caso, não há nada que os governos possam fazer a respeito.

Milhares de anos podem passar até que a Terra esquente ou esfrie apenas um grau. E isso, de facto, acontece de forma natural. Além dos recorrentes ciclos de eras glaciais, o clima da Terra pode se modificar por causa da actividade vulcânica, das diferenças na vida vegetal que cobre a maior parte do planeta, das mudanças na quantidade de radiação que o sol emite e das mudanças naturais na química da atmosfera. O principal factor externo natural apontado pelos críticos é a variabilidade da radiação solar. Eles afirmam que o Sol pode ter uma parcela maior de responsabilidade no aquecimento global actualmente observado do que o aceito pela maioria da comunidade científica. Alguns efeitos solares indirectos podem ser muito importantes e não são levados em conta pelos modelos climáticos existentes. Assim, a parte do aquecimento global causado pela acção humana poderia ser menor do que se pensa actualmente.

Proposta de actividade:
1. Considerando as duas hipóteses do texto sobre as causas do aquecimento global, sugerimos as seguintes questões:
a) O aquecimento global é realidade ou mito?
b) Quais as verdadeiras causas desse fenómeno?
A partir destas questões:
-A turma formará dois grupos de trabalho que assumirão posicionamentos antagónicos durante um debate sobre este tema:

Grupo 1: adeptos da primeira hipótese defendendo que o aquecimento global é causado pela actividade humana.

Grupo 2: defensores da segunda hipótese sustentando que não é possível afirmar com certeza quais as causas do aquecimento global.

2. Sugerimos que vejam os filmes Verdade Inconveniente de AL Gore e o Dia Seguinte (The Day After), comparando depois os tipos de abordagem feita nos dois filmes sobre o aquecimento global. Elabore uma reflexão crítica sobre o tipo de abordagem e suas diferenças.
1- O título do filme não foi escolhido ao acaso. Este é inspirado numa histórica bíblica, onde um povo construiu uma torre cujo cume deveria chegar ao céu, para que estes não fossem espalhados sobre toda a Terra. No entanto, Deus parou este projecto ao confundir a sua linguagem e espalhou o povo pelo mundo. Esta história é, assim, usada para explicar a existência de um vasto leque de línguas e de raças. O realizador inspirou-se nesta história para escolher o título do filme, pois este desenvolve-se em diferentes locais do globo com personagens que falam diferentes línguas, mas, apesar da distância geográfica, as narrativas acabam relacionadas.

2- As línguas presentes neste filme são: inglês, gestual, francês, espanhol, japonês, bérbere e árabe.

3- Se todas as personagens do filme falassem a mesma língua a história seria muito diferente e o próprio título perderia o sentido. O facto de várias personagens falaram línguas diferentes torna o filme muito apelativo e, consequentemente, bastante realista. Se no filme todos falassem a mesma língua, aquando da Susan ter sido alvejada, o homem na carrinha abordado pelo seu marido não o ignorava e o autocarro não voltava para trás. Porém, as diferenças linguísticas levaram o autocarro a deslocar-se para a aldeia mais próxima, onde o suposto médico era afinal um veterinário.

4- A comunicação social apresenta um papel fulcral neste filme, pois é esta que divulga a notícia do atentado contra a turista americana e a difunde como um acto de terrorismo. Sendo um acto de terrorismo, a notícia é divulgada por todo o mundo, chegando até ao Japão. Concluímos, assim, que a rápida difusão da notícia por parte da comunicação social acelerou, de certa forma, as autoridades (embaixada e governo) na ajuda à cidadã lesada.

5- A comunicação social permite a difusão de uma mensagem, a uma vasta e heterogénea audiência, espalhada por todo o mundo. Hoje em dia, os media são alvo de pressões, tornando-se imparciais, ou seja, estes ao saber da notícia da turista americana alvejada pressionam diferentes identidades para saber e mostrar como tudo aconteceu e o porquê. O facto de o incidente acontecer em Marrocos, levou-os a intitulá-lo de ataque terrorista. Aliás, aquando da saída de Susan do hospital, a notícia é divulgada em todo o mundo como um atentado terrorista contra uma cidadã americana, quando na verdade não se passou de um acidente.

6- O filme Babel possui uma função pedagógica Este, ao falar sobre diferentes pessoas e diferentes culturas, mostra-nos que apesar de todas as diferenças que possuímos existe algo que nos une. Sabemos que não há outro igual a nós, uma diferença que nos acaba por unir ao nos colocar no mundo dos “diferentes”, dos originais, onde as diferentes raças e línguas nos tornam especiais e únicos. O interessante é a grande lição que tiramos já no início do filme, em que achamos que não temos ligação nenhuma com o que acontece com as pessoas, mas só damos conta quando isso nos atinge. Essas ligações, como mostra no filme revela como realmente devemos pensar no outro e no colectivo, dentro do filme percebemos diálogos que são marcantes sobre nossas concepções das diferentes culturas, como no caso da mexicana que quando consegue ajuda para ela e as crianças é totalmente impedida de dizer qualquer coisa, pois por ser mexicana não pode observar as crianças, mas pode ser uma sequestradora, ou o caso da mãe das crianças sobre a divulgação e importância dada pelos media em dizer que uma americana foi baleada, enquanto várias pessoas morrem em outros lugares sem nenhum tipo de importância internacional. Factos que vemos acontecer simplesmente porquê alguns têm uma cultura “superior” que pode ou não lhe dar características como: “sequestradora” (mexicana), “assassino” (tiro acidental dado por um menino em Marrocos) ou "Ser rica, é feliz” (japonesa), estereótipos que muitas vezes colocamos só de olhar os outros.

7- A personagem por mim escolhida é a turista americana alvejada em Marrocos, que se chama Susan. Esta no inicio do filme mostra-se muito distante do marido, dizendo que a sua presença não a deixa relaxar e que nunca o irá perdoar. No entanto, o incidente que acontece une o casal. O marido faz de tudo para a ajudar, demonstrando o grande amor que sente por ela. Com o evoluir da história e com a demorada chegada do helicóptero, num momento a sós, o marido pede perdão a Susan, perdão por ter abandonado a família após a morte de um filho, mas justifica-se dizendo que estava muito assustado. Susan perdoa-o e perde-lhe para tomar conta das crianças e nunca mais as abandonar, especialmente o Mike. Assim, concluísse que o incidente uniu este casal, que num momento de desespero, juntou-se como nunca e salvou assim um casamento.
Turma NS1
Definição do conceito controvérsias


Os tempos actuais são marcados por múltiplas controvérsias em torno da ciência e das suas implicações sobre a sociedade e o ambiente. Estas controvérsias podem ser suscitadas: a) por implicações sociais, morais ou religiosas duma teoria ou de uma prática científica ou tecnológica (por exemplo, a clonagem, a utilização de células embrionárias e a modificação genética de seres vivos); ou b) por tensões sociais entre direitos individuais e objectivos sociais, prioridades políticas e valores ambientais, interesses económicos e preocupações relativamente à saúde resultantes de aplicações tecnológicas (por exemplo, a construção de barragens, os transvazes entre rios, a co-incineração de resíduos tóxicos em cimenteiras e a localização dos aterros sanitários). Frequentemente, estas controvérsias podem ser designadas por controvérsias sócio-ambientais (designação que reforça as implicações da ciência e da tecnologia sobre a sociedade e o ambiente) ou por controvérsias sociocientíficas (designação que se refere de forma geral às questões sociais suscitadas por avanços científicos e tecnológicos).
Uma questão é definida como controversa se as pessoas se encontram divididas sobre ela e se envolve juízos de valor que impossibilitam a sua resolução apenas através da análise das evidências ou da experiência. Um assunto controverso não pode ser resolvido apenas recorrendo a factos, dados empíricos ou vivências na medida em que envolve tanto factos como questões de valor. Por outro lado, um assunto só poderá ser classificado de controverso se também for considerado importante por um número considerável de pessoas.
Existem controvérsias em todas as áreas do pensamento humano – na ciência, na história, na arte, na economia, na política, na teologia. No entanto, a forma como cada uma destas áreas de pensamento é representada no currículo escolar nem sempre traduz a sua natureza controversa. Muitos professores de ciências reconhecem a ciência como um campo de controvérsias (tanto científicas – disputas académicas suscitadas, por exemplo, pela apresentação de diferentes propostas explicativas do mesmo fenómeno – como sociocientíficas e sócio-ambientais – acerca das implicações sociais da ciência), que evolui e se desenvolve através de conjectura e especulação, alimentadas pela própria controvérsia. Contudo, a ciência académica: a) é frequentemente apresentada como não-problemática, livre de valores e não-controversa, proporcionando uma imagem completamente distorcida do empreendimento científico e das suas relações com a tecnologia, a sociedade e o ambiente; e b) recorre pouco à controvérsia como forma de promover o desenvolvimento de capacidades e atitudes consideradas importantes para a cidadania.
REIS, Pedro; GALVÃO, Cecília. Controvérsias sócio-científicas e prática pedagógica de jovens professores. Investigações em Ensino de Ciências, Instituto de Física, UFRGS. Vol. 10, N. 2, Junho de 2005. Disponível em http://nonio.eses.pt/interaccoes/artigos/D0.pdf
Consultado em 17 de Janeiro de 2010

Proposta de actividade:

1. Mostre, segundo o texto, o que pode suscitar controvérsia na sociedade.

2. Identifique como se designam habitualmente as controvérsias em torno da ciência.

3. A partir do texto, defina de modo abrangente o conceito de controvérsia.

4. Apresente alguns das questões/temas actuais considerados controversos.

5. Comenta a afirmação: “a ciência é, frequentemente, descrita como não controversa, neutra, desinteressada, altruísta”, tendo em atenção a afirmação sublinhada no texto.


Acordo Ortográfico: Uniformização da grafia é «essencial» à internacionalização da Língua Portuguesa - ministro da Cultura

O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, está confiante na implementação do novo Acordo Ortográfico e salientou a necessidade de uniformização da grafia como "essencial" à internacionalização da língua portuguesa.
Para o ministro, o acordo ortográfico que será debatido na manhã de sexta-feira no Parlamento, "vai ajudar a afirmar a língua portuguesa no mundo". "Não é possível termos uma política de afirmação e universalidade da língua portuguesa na OUA (Organização de Unidade Africana), na SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral), na União Europeia, nas Nações Unidas, no Mercosul (Mercado Comum da América do Sul), ou na Organização Ibero-Americana, sem haver uma forma unitária de escrever os documentos", sublinhou.
Para além da uniformidade "essencial" à projecção internacional da língua, em declarações à Lusa o ministro salientou que em debate está apenas a sua entrada em vigor, pois o Acordo já foi ratificado por Portugal em 1991. O governante minimizou os impactos do novo acordo, nomeadamente na área económica que, à luz dos anteriores acordos, será "pouco".
Reconhecendo que o Governo "não tem contas" sobre o impacto, o ministro afirmou que "o envolvimento financeiro, pelo que se viu no passado, será pouco".
O titular da pasta da Cultura disse que os acordos de 1911, 1931, 1946, e de inícios dos anos de 1970 "não significaram uma extraordinária alteração da nossa vida". "Ninguém deita os livros fora, eu continuo a ter o Dicionário de Moraes dos anos 30", referiu.
Quanto à implementação da nova grafia do português, o ministro declarou que "o Governo estará atento e cauteloso para que nós não tenhamos nesta área rupturas" e prometeu "formação de professores". Quanto à área editorial, prognosticou que "não haverá nenhuma perturbação" mas também aqui afirmou que o Executivo "estará atento".
Refira-se que, na terça-feira, em declarações na Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, Pinto Ribeiro estimou que "em seis anos" o novo acordo estará implementado e aceite pela comunidade.
Na entrevista à Lusa, Pinto Ribeiro salientou que o novo acordo abre "um mercado mais extenso e um universo de leitores muito maior" e mostrou-se confiante na força empresarial do sector. "Há empresas editoriais com grande vigor financeiro e com grande capacidade organizativa e de gestão" longe da "fragilidade" que caracterizava outrora o sector, sublinhou. Por outro lado, referiu, o salto tecnológico que diminuirá os respectivos custos de produção. Outra área em que a "grafia trará custos menores será na das ferramentas informáticas". "O 'office' custará menos e será entendido por todos os falantes de português", exemplificou Pinto Ribeiro.
O titular da pasta da Cultura salientou ainda que a "uniformidade da grafia simplificará também os léxicos técnico e científico". O ministro afastou a possibilidade qualquer "perturbação cultural ou de qualquer outra natureza".
Relativamente aos escritores, o ministro afirmou à Lusa que continuarão a ter "toda a liberdade criativa" e citou os exemplos dos poetas Fernando Pessoa e Herberto Helder. Pessoa, aquando de um acordo ortográfico [1931], afirmou que concordava mas iria continuar a escrever cisne com "y", tanto mais que a letra lhe lembrava o pescoço da ave. Herberto Helder num mesmo poema seu, utiliza "por expressa vontade" as grafias "bêbedo" e "bêbado".
Quanto à divulgação da língua, o ministro afirmou haver uma "disponibilidade política para recentrar o discurso", sendo esta uma das bases da política cultural.
O ministro anunciou a criação de um fundo, em parceria com outros ministérios, nomeadamente o dos Negócios Estrangeiros, para a divulgação da língua portuguesa, nomeadamente nos países em vias de desenvolvimento. "Fazer mais pela língua portuguesa" será uma das tónicas da sua política pretendendo um maior "aprofundamento" e "qualificação" de modo a ser uma "língua de identidade, aprendizagem e de liberdade".
Referindo-se ao Instituto Camões (IC), que tem tido a responsabilidade de divulgação e projecção da língua e cultura portuguesas, bem como do ensino do idioma no estrangeiro, Pinto Ribeiro afirmou que, "tal como já enfatizou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, é preciso refundar o Instituto Camões".
"Há que reorganizar e redefinir todos os instrumentos que permitem a utilização e a divulgação da língua e da cultura portuguesas, nomeadamente toda a rede de institutos", disse.
O Governo apresenta na sexta-feira para discussão e aprovação no Parlamento o diploma sobre o Acordo Ortográfico que Portugal assinou em 1990 no âmbito de uma cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e que foi ratificado pela Assembleia da República a 04 de Junho de 1991. (…)
Em 2002, numa cimeira da CPLP em Brasília, decidiu-se que qualquer acordo entra em vigor desde que esteja depositado em Lisboa o terceiro instrumento de ratificação; o que já aconteceu, uma vez que os instrumentos de ratificação pelo Brasil, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde foram já depositados.
Lusa, 15 de Maio de 2008

Proposta de actividade:

1. Exponha, a partir do texto, quais as vantagens do Acordo Ortográfico.


2. Investigue e identifique algumas das palavras que em Portugal terão uma nova grafia, de acordo com o Acordo Ortográfico.


3. O acordo prevê a alteração na maneira de escrever das pessoas que falam a língua portuguesa. Investigue e identifique qual dos países lusófonos sofrerá uma maior alteração do vocabulário.


4. Apresente alguns dos argumentos a favor e alguns dos argumentos contra o Acordo Ortográfico.


5. O Acordo Ortográfico tem sido tema de controvérsia pública. Qual a sua opinião sobre o acordo? Justifique a sua posição.





quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Simbiente - um caso de sucesso



Na passada segunda-feira dia 1 de Fevereiro a turma EFA 4 teve o privilégio de assistir a uma palestra proferida pelo Eng.º Sergio Costa, fundador da Simbiente sobre a criação e percurso desta empresa, uma spin-off de base tecnológica oriunda da Universidade do Minho e que exerce a sua actividade na esfera do ambiente e da gestão de ETAR'S.

Foi nos explicada a estratégia e o modo de trabalho da sua empresa, as dificuldades iniciais, estudo do mercado, a procura de capital, os riscos a ter em conta para a boa realização de um projecto.
Os formandos colocaram diversas questões tornando o debate vivo e a aprendizagem feita com base num caso real permitiu uma noção clara de uma realidade por vezes bastante complexa. No entender dos formandos a palestra foi de grande utilidade e inspiradora para a vertente do empreendedorismo e da própria protecção ambiental tendo sido mais uma situação de aproximação entre a comunidade, o mundo do trabalho e a escola.

Uma das conclusões retiradas terá sido de que uma ideia ou um sonho ás vezes pode ser realizado por uma mera casualidade e muitas vezes está mais próximo, mais ao alcance do que por vezes se imagina.